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Por ELIANE PISANI LEITE

Depressão é um transtorno de humor que se caracteriza basicamente por tristeza e apatia. Na criança o mais freqüente é a irritabilidade, o mau humor, a falta de prazer com as atividades habituais.

Pode parecer estranho imaginar que um bebê possa sofrer de depressão, porém isso acontece e na maioria dos casos passa despercebido pelos adultos que os cercam.
Muitas vezes encontramos um bebê apático, que não responde aos estímulos do meio. Esses casos tornam-se um desafio para os pediatras resolverem. Descartadas todas as hipóteses de males físicos, só resta ao profissional o auxilio de um colega especializado em Terapia Familiar. Quando o terapeuta inicia seu trabalho, começam a surgir todos os entraves existentes dentro daquele contexto familiar, como, por exemplo, uma mãe depressiva, que não consegue estabelecer um vínculo afetivo desejado com o filho, e este acaba por sofrer as conseqüências desse período conturbado da relação mãe-filho.
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou um estudo onde demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da doença, como irritabilidade ou apatia e desânimo.
  A observação da interação mãe-filho tem demonstrado que quando a criança não tem oportunidade de estabelecer contatos físicos íntimos e agradáveis, apresenta reações negativas, tais como a perda de apetite, a regressão marcada por uma quietude depressiva, a falta de interesse por tudo ao seu redor, sono pesado, respiração irregular, rigidez muscular e problemas gastrintestinais, como vômitos e diarréias.
 Em crianças maiores, estas podem manifestar tristeza, falta de prazer com as atividades e até sintomas físicos, como dor de cabeça ou de barriga. Algumas são vista como desajeitadas, pela propensão a acidentes. A forma extrema de tais reações é um estado de letargia no quais os reflexos corporais se deterioram e a criança não demonstra estímulos ambientais.
 Existe uma relação entre a depressão e o rendimento escolar. Sabe-se que a taxa de prevalência de sintomas depressivos é mais elevada entre aqueles que apresentam alguma dificuldade escolar. Quando a situação é esta, os problemas escolares estariam atuando como uma possível expressão da depressão, diretamente relacionada à falta de interesse e desmotivação da criança depressiva em participar das tarefas escolares e em função dos sentimentos de autodesvalorização apresentados por ela.
 O diagnóstico da depressão infantil deve ser feito por um especialista ou uma equipe. É fundamental que os pais se isentem de qualquer preconceito e não tenham vergonha de procurar um psicólogo.
 Na depressão infantil é necessário avaliar a situação familiar existencial, o nível de maturidade emocional da criança e, principalmente, sua autoestima. Além de entrevistas com a criança, deve-se observar sua conduta segundo informações dos pais e professores.
 É importante ressaltar que existem dois tipos de depressão mais comuns: Depressão Endógena (se manifesta sem motivo aparente e muita vez está ligada a uma pré-disposição familiar). Em algumas famílias, é maior o número de membros acometidos de depressão. E a Depressão Relativa, que está ligada a uma reação de defesa e negação da criança frente a algum acontecimento em sua vida: perda, separação dos pais, mudança de cidade, escola ou grupo social.
 A mãe torna-se uma fonte insubstituível de várias recompensas para a criança. As carícias, o aconchego do colo, o toque são experiências muito importantes para ela, pois lhe garantem prazer e colaboram para que estabeleça um vínculo saudável com a mãe e conseqüentemente com o meio.
 Nem todas as crianças que sofrem restrições com pessoas cuidadosas, sejam por desinteresse desta ou longos períodos de internação hospitalar, estão fadadas a tornarem-se depressivas. O vínculo pode ser reconstruído, se forem tomadas medidas rápidas.
 Por outro lado também existem os pequenos resistentes, aqueles que conseguem tirar das experiências tristes a força para vencerem obstáculos.
São vários os recursos dos quais os familiares podem se utilizar para ajudar a restabelecer a saúde psíquica dos menores. São eles:
·         Terapia familiar realizada com profissionais especializados em atendimento clínico familiar.
·         Ludoterapia: é uma modalidade da psicologia que visa o atendimento terapêutico da criança através de atividades com brinquedos, desenhos, pinturas, modelagens e jogos.
·         Acupuntura infantil: com sessões semanais de acupuntura especializada para crianças, a melhora do quadro é surpreendente. O método consiste em sessões onde são utilizados métodos com sementes de mostardas, lazer (específico a este trabalho, com voltagem baixa, diferente do modelo utilizado para cirurgias ou tratamentos estéticos), e também estimuladores de pontos, uma peça com mola suave onde apenas é estimulado o ponto a ser tratado.
·         Massagens: a mais indicada é a Shantalla. Trata-se de uma massagem indiana, na qual foram constatados os benefícios terapêuticos que o toque proporciona à criança. Esse método é facilmente encontrado em livros, que demonstra passo a passo da técnica, geralmente utilizado óleos vegetais.
·         Florais: são utilizados para equilibrar as energias. Porém vale ressaltar que é sempre prudente seguir o tratamento com um profissional especializado, pois existe todo um estudo e método para o acompanhamento do caso.
·         Boa leitura: existe uma quantidade imensa de bons livros para uma maternagem eficaz e mais esclarecida.
·         Yoga para crianças: consiste em exercícios e posturas para trabalhar a força muscular, a respiração correta, concentração e o autoconhecimento, tudo acompanhado de historias infantis e programas específicos a cada caso.
·         Antidepressivos: nos casos de depressão já consolidada, é imprescindível o acompanhamento médico psiquiátrico, como auxiliar ao tratamento terapêutico psicológico.
O importante é que os pais estejam atentos aos comportamentos das crianças. Somente dessa forma podemos evitar maiores problemas e proporcionar uma vida saudável aos menores.




            Artigo retirado da Revista Direcional Educador